O conteúdo deste espaço é resultado de uma parceria entre a Clinicase e a Dra. Daniela Cunha.
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Sobre a Dra. Daniela Cunha: Licenciada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa. Especialista em Dermatologia pela Ordem dos Médicos. Trabalhou no St John’s Institute of Dermatology (Londres), aprofundando conhecimentos e experiência em Dermatologia Cirúrgica. Áreas de diferenciação:
Onde trabalha: CUF Descobertas e CUF Alvalade. |
O Inverno é uma altura do ano em que o frio e a necessidade de cobrir o corpo com vestuário leva a esquecer os cuidados a ter com a pele. Para ter uma pele saudável, há que cuidá-la o ano inteiro e não apenas quando o Verão se aproxima. A pele hidratada e cuidada é mais resistente às agressões ambientais do Verão e do Inverno e tem um aspeto mais jovem e saudável.
Devemos assim manter os cuidados cutâneos também no Inverno. O principal cuidado a ter é a hidratação. Para manter a hidratação é fundamental manter o filme lipídico da pele, o qual constitui a barreira cutânea às agressões exteriores e impede a perda de água e, por consequência, a desidratação. A pele desidratada torna-se seca, baça, descamativa e com aspeto “quebradiço”. Além do aspeto estético, a desidratação pode gerar comichão, originar o aparecimento de eczemas e permitir a entrada de microrganismos patogénicos favorecendo o aparecimento de infeções cutâneas.
Para manter a hidratação cutânea é fundamental utilizar produtos de banho que preservem o filme lipídico, ou seja, que não sejam demasiado abrasivos. Os produtos de banho indicados devem incorporar componentes lipídicos como é o caso dos dermo-óleos de banho. Após o banho, deve-se sempre aplicar um produto emoliente. A capacidade hidratante é superior nos bálsamos, intermédia nos cremes e inferior nos leites e loções. Quanto mais untuoso for o produto, maior a capacidade de regeneração do filme lipídico.
Há também que evitar as agressões físicas diretas sobre a pele, como sejam o frio intenso ou o vento forte. Por último, o vestuário em contacto direto com a pele deve ser preferencialmente de algodão e pouco apertado. Materiais sintéticos e lãs podem ser irritativos e dificultar a transpiração, o que pode contribuir para o aparecimento de irritações ou mesmo eczemas.
Um dos efeitos mais temidos da gravidez são as inestéticas estrias gravídicas. Estas estrias podem surgir de modo algo súbito e são geralmente persistentes após o parto.
As estrias resultam do estiramento rápido e intenso da pele decorrente do súbito aumento de volume do abdómen. Pode-se fazer uma analogia com um elástico: se o esticarmos de forma rápida e excessiva, algumas das suas fibras rompem e ele já não retorna ao seu formato original, ficando como que “engelhado”. De forma grosseira, podemos dizer que o mesmo se passa coma pele abdominal na gravidez. Apesar de existirem alguns tratamentos para as estrias, a sua eficácia é muito limitada.
O melhor mesmo é preveni-las. A melhor forma de prevenção é manter a pele do abdómen bastante hidratada, pois assim tornar-se-á mais resistente ao estiramento. A hidratação passa pela aplicação diária (1-2 vezes por dia) de um bom creme emoliente (de preferência espesso, gordo e indicado para estrias gravídicas). A aplicação deve começar logo no início da gravidez e não apenas quando se começa a notar um aumento de volume do abdómen.
A segunda medida preventiva fundamental é evitar o rápido aumento de peso. Embora não se possa nem deva limitar o crescimento do bebé, o excessivo aumento de peso da mãe vai contribuir para uma tensão maior da pele no abdómen, uma vez que também aí haverá deposição de gordura.
Se, mesmo assim, as estrias ocorrerem, poderá procurar um Dermatologista para a ajudar a corrigi-las. Deve fazê-lo quanto antes pois quando mais tarde se intervir mais difícil será o processo de as reverter. Tenha em atenção que alguns produtos utilizados no tratamento das estrias são contra-indicados na gravidez e amamentação, pelo que deverá sempre procurar um médico para a ajudar neste tratamento.
Após o parto é normal que ocorra uma queda de cabelo muito significativa. Esta queda pode ter início pouco tempo depois do parto ou apenas alguns meses mais tarde.
Existem muitos mitos que procuram explicar este fenómeno mas, na verdade, a causa é muito simples. O nosso cabelo tem um ciclo de vida próprio: uma fase de génese, de crescimento, de maturidade e por fim, de queda. Durante a gravidez, a grande maioria dos cabelos que estão na fase de génese, crescimento ou maturidade fica parada no seu ciclo de vida e apenas os que já estão na fase de queda acabam efetivamente por cair. Por isso, o cabelo parece tornar-se mais forte ou volumoso neste período.
Depois do parto, as alterações hormonais fazem com que o ciclo volte ao normal. Nesta altura, caem todos os cabelos que deveriam ter caído na gravidez, dando uma aparência de queda excessiva.
Em alguns casos podem ocorrer défices de vitaminas ou ferro relacionados com a gravidez e, nesse caso devem ser compensados. O seu Dermatologista saberá aconselha-la nesse sentido. Os tónicos e champos anti-queda são de pouca utilidade.
As verrugas e os calos são, por vezes, confundidos como sendo a mesma coisa; mas na verdade não o são.
As verrugas são provocadas por um vírus de baixa agressividade que penetra na pele através de pequenas fissuras ou áreas de perda de integridade da pele, que poderão não ser visíveis a olho nu. A sua contagiosidade é baixa entre indivíduos mas aumenta se houver contacto direto entre uma área de pele fragilizada e uma verruga. No mesmo indivíduo a propagação das verrugas é mais fácil, podendo estas surgir em grande número, devido à manipulação das zonas afetadas com as próprias mãos (por exemplo, coçar ou tentar remover com as unhas).
As verrugas são normalmente salientes e têm uma consistência firme, podendo mesmo ser dolorosas, e localizam-se normalmente nas extremidades (em particular nas mãos). Estas características levam a que se confundam com os calos. Estes por seu lado, resultam de um traumatismo continuado da pele dando origem a um espessamento da pele na área traumatizada como forma de proteção. Por isso também surgem normalmente nas extremidades.
Uma forma de distinguir as verrugas dos calos é através da sua superfície: a das verrugas é rugosa/áspera e a dos calos é lisa, por vezes com aspeto brilhante.
É importante distinguir entre estas duas situações, uma vez que o tratamento das verrugas deve ser feito por um médico, ao contrário dos calos que podem ser tratados por um podologista ou pédicure.
O sol é normalmente associado a boa disposição e sensação de bem-estar. No entanto, é preciso saber conviver saudavelmente com o sol, pois os seus efeitos benéficos podem ser facilmente ultrapassados por comportamentos errados.
O excesso de exposição solar tem várias consequências negativas, tais como:
Ficam assim alguns conselhos para uma convivência saudável com o sol:
As pessoas ruivas, loiras, com sardas e muitos sinais, devem proteger-se com
maior rigor.
Avalia-se que cerca de 50% da dose de radiação tolerada pela pele se atinge
pelos 18 anos.
Siga estes conselhos e disfrute ao máximo dos benefícios do sol.
Os bebés que usam fralda têm frequentemente irritação da pele nas áreas em contacto com a mesma, em particular na zona do rabinho. Esta irritação é normalmente chamada de “assadura” e é particularmente frequente entre os 6 e os 12 meses de idade.
Embora possa resultar de uma reação alérgica a produtos utilizados no fabrico das fraldas (o que é raro), a causa mais frequente é a irritação produzida pelo contacto com as fezes e urina, agravado pelo ambiente húmido e oclusivo da fralda ou mesmo pelos cuidados de higiene, devido à fricção e utilização de produtos de limpeza químicos e perfumados.
Se a criança tiver diarreia, uma virose febril ou outra doença infantil, pode haver uma alteração na composição ou frequência das fezes e urina, tornando-as ainda mais irritativas para a pele do bebé. As áreas mais afetadas são as convexas (nádegas, zona lateral das ancas, região púbica) porque estão mais expostas ao atrito e contacto com a fralda.
As recomendações para evitar que ocorra dermite das fraldas são:
É totalmente desaconselhada a utilização de pós (como o pó de talco), pois a sua aspiração pelo bebé pode ter efeitos nefastos a nível pulmonar.
Por vezes, devido novamente à humidade e oclusão provocada pela própria fralda, pode ocorrer contaminação de áreas de maior maceração por bactérias ou fungos, cuja origem poderá ser o próprio aparelho digestivo do bebé.
Em caso de infeção local ou de persistência da dermite alguns dias após a instituição dos cuidados referidos, é recomendável observação por um Dermatologista.
A gravidez é um período caraterizado por muitas modificações hormonais que visam adaptar o organismo materno ao desenvolvimento e crescimento de um novo ser. Estas alterações têm consequências em quase todos os órgãos e a pele não é exceção.
Por serem facilmente visíveis e identificadas, as alterações na pele aparentam ser particularmente frequentes. A generalidade destas modificações é transitória e regride algum tempo após o parto. Outras porém poderão ser persistentes.
Por existir um maior estímulo para a produção de pigmento cutâneo, podem surgir manchas escuras em algumas localizações características, tais como:
A modificação ou aparecimento de alterações ou de novos sinais é frequentemente benigna mas devem sempre motivar a consulta a um Dermatologista. O cancro de pele pode surgir na gravidez.
A exposição solar tende a agravar as manchas de cor castanha, sendo um dos fatores que contribuem para o aparecimento de melasma. É por isso recomendável ter cuidados acrescidos com o sol.
Do ponto de vista da circulação sanguínea ocorrem também importantes adaptações do organismo materno à gravidez.
As mais frequentes são:
O funcionamento das glândulas sebáceas e sudoríparas da pele também está alterado durante a gravidez. As alterações mais frequentes são:
As modificações nas unhas e cabelos podem ser muito importantes, mas tendem a passar espontaneamente após o parto:
Por último, as alterações que mais frequentemente importunam a mulher grávida são as estrias gravídicas. Resultam do estiramento intenso e rápido da pele, que não tem tempo para se adaptar ao ritmo de crescimento da barriga. São agravadas ainda pelo aumento excessivo de peso ou em caso de coexistência de doenças ou tratamentos associados. Embora possam ser atenuadas, não desaparecem totalmente. A prevenção assenta num cuidado regular com aplicação diária de cremes hidratantes nutritivos e na evicção do aumento de peso excessivo e demasiado rápido.
No que se refere ao cancro de pele, o diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento bem sucedido. É por isso essencial saber identificar os primeiros sinais de alarme para facilitar o diagnóstico precoce.
Os principais sinais a que deve estar atento são:
Qualquer modificação na sua pele deve ser alvo de atenção. Um grande número de lesões e sinais não tem risco para a saúde e não é sinónimo de cancro de pele. Porém deve sempre recorrer ao seu Dermatologista.
A maioria dos cancros de pele são curáveis quando diagnosticados precocemente.